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sábado, 12 de novembro de 2011

Sem saída e isolado, Berlusconi renuncia na Itália



Da Folha.com

Cedendo às pressões que aumentaram seu isolamento político nas últimas semanas, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, 75, apresentou neste sábado sua renúncia ao presidente italiano, Giorgio Napolitano, informa o jornal "Corriere della Sera". O anúncio chegou horas após a Câmara ter aprovado as medidas anticrise exigidas pela União Europeia (UE). Diante da crescente perda de popularidade e da perda de apoio até mesmo de sua base governista, Berlusconi não teve outra alternativa senão anunciar, na terça-feira (8), que renunciaria ao cargo uma vez que a Lei de Estabilidade fosse aprovada pelo Congresso.

A lei contém as medidas exigidas para garantir a estabilidade financeira e reduzir a enorme dívida pública do país, que atualmente corresponde a 120% do PIB (€ 1,9 trilhão), através de uma economia de até € 59,8 bilhões até 2014. Diante do anúncio, senadores e deputados decidiram agilizar a tramitação da medida durante a semana para garantir que o mandatário estivesse fora do comando do país antes de segunda-feira.

A diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, elogiou a aprovação da lei no Senado e disse que a indicação de um novo premiê é "um sinal de clareza e credibilidade da situação política" na Itália. Ainda na sexta-feira o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, disse que "o país precisa de reformas, não eleições".

Os gritos de "fora", "mafioso", "palhaço", "ladrão" e xingamentos variados emitidos pela multidão reunida em frente à sede do Parlamento e do Palácio Quirinale, sede do governo onde Berlusconi selou sua renúncia, dão o tom com o qual ele encerra um ciclo de mais de 17 anos na liderança da cena política italiana. Um coral chegou a cantar "Aleluia", de Handel. Pouco antes de dirigir-se ao Quirinale, o agora ex-premiê disse à imprensa sentir-se "profundamente doído" pelos protestos e ofensas.


SucessãoA opção que aparece com mais força para a era pós-Berlusconi é a formação de um governo técnico capaz de se entender com todas as forças políticas para tirar a Itália da difícil situação na qual se encontra. Para liderar o governo, o nome mais forte é o do economista e ex-comissário europeu Mario Monti, 68, que conta com um grande apoio entre as forças parlamentares e foi nomeado senador vitalício pelo presidente.

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